O vírus Zika é um flavivírus filogeneticamente relacionado com o vírus dengue, vírus da febre-amarela e vírus do Nilo Ocidental. É
considerado uma arbovirose emergente transmitida por mosquitos do género Aedes. A sua descoberta deu-se em 1947 na floresta
Zika no Uganda, isolado em macaco Rhesus que servia de isco para estudo do vírus da febre-amarela. Foram detetados casos isolados em países de África e no final da década de 70 na Indonésia. A partir 2007 foram descritas epidemias na Micronésia e outras ilhas
do Oceano Pacífico e, mais recentemente, no Brasil. Carateriza-se clinicamente como uma síndrome febril aguda ‘tipo-dengue’ com
aparecimento precoce de exantema evanescente muitas vezes pruriginoso; ocasionalmente a doença tem sido associada à síndrome
de Guillain-Barré. No entanto, até ao momento não foram relatadas mortes pela doença e suas complicações. O diagnóstico pode ser
realizado por meio de técnica de reação em cadeia da polimerase ou por pesquisa de anticorpos IgG e IgM. A rápida disseminação do
vírus e seu potencial epidémico são preocupantes especialmente em territórios com circulação de outras arboviroses pela dificuldade
no diagnóstico diferencial e na sobrecarga dos serviços de saúde. As medidas de controlo são as mesmas recomendadas para a
dengue e chikungunya, baseadas em educação em saúde e controlo do vetor.
Palavras-chave: Aedes; Arbovirus; Flavivírus; Infecções por Flaviviridae.